Para Ti
Triste Sina
Mar de mágoas sem marés
Onde nao há sinal de qualquer porto
De lés a lés o ceu é cor de cinza
E o mundo desconforto
No quadrante deste mar que vai rasgando
Horizontes sempre vai da minha frente
Com um som agonizando
Lentamente, tristemente
Mãos e braços para quê?
E para quê os meus cinco sentidos?
Se a gente não se abraça e não se vê
Ambos perdidos
Nau da vida que me leve
Naufragando em mar de treve
Com meus sonhos de menina
Triste sina
Pelas rochas se quebrou
E se perdeu a onda deste sonho
Depois ficou uma franja de espuma
A desfazer-se em bruma
Meu jeito de sorrir ficou vincada
À tristeza de por ti nao ser beijada
Meu senhor de todo sempre
Sendo tudo
Nao és nada
Mãos e braços para quê?
E para quê os meus cinco sentidos?
Se a gente não se abraça e não se vê
Ambos perdidos
Nau da vida que me leve
Naufragando em mar de treve
Com meus sonhos de menina
Triste sina
Nóbrega e Sousa/Jerónimo Bragança
Cantado pela Amália
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